O julgamento pode ser um mecanismo de defesa do nosso ego, isso porque tem o objetivo de proteger e defender a integridade do nosso funcionamento psíquico, ou seja, das nossas ideias, pensamentos, crenças, sentimentos e emoções.

E quando julgamos algo como certo ou errado, estamos preservando nosso ponto de vista e negando qualquer outro ponto de vista que não seja igual ou similar ao que acreditamos ou reconhecemos ser como verdade.

Só que os julgamentos criam paredes de separação, isso porque criamos verdades absolutas sobre o que acreditamos ser “certo ou errado”, “bom ou mal”, fazendo com que a gente funcione a partir de aprisionamentos, isso porque nos limita a enxergar ou a receber contribuições de outros “interessantes pontos de vistas”.

Há várias formas de se enxergar uma mesma coisa, e quando estamos numa discussão percebemos que continuar discutindo não acrescentará em nada, apenas gerará mais estresse e perda de tempo. E se tudo fosse apenas um interessante ponto de vista? Como seria?

Cabe aqui algumas perguntas:

Deseja ser livre ou ter razão?

Escolhe ser feliz ou ter razão?

As pessoas discutem porque necessitam estar certas ou terem razão sobre tudo. Sabe quanto dura estar certo? O mesmo tempo que dura estar errado…

Quando estamos diante de um “interessante ponto de vista” podemos lançar mão de um GRANDE exercício:

A ESCUTA

Quando praticamos uma escuta ativa, ambos podem acessar espaços e lugares jamais percebidos…

E se outro pudesse contribuir ou engrandecer com o seu interessante ponto de vista? Este exercício ajuda a dissipar a carga energética da necessidade de ter sempre a razão e ainda abre espaço para debates e argumentos.

Como dizia Karnal: Conversar é uma arte; calar é sabedoria pura. Em tempos que ninguém cala e jamais escuta o outro, conversar bem, calar e ouvir viram tripé inovador.

Mas é preciso olhar para dentro para saber o que você vai colocar para fora. Por mais que a gente se coloque no lugar do outro, imaginariamente, simbolicamente, nunca estaremos na realidade e no lugar do outro, portanto, nunca acessaremos a mesma dor ou sofrimento, então ao não saber o que falar, pode ser melhor calar, silenciar.

Quero propor aqui que você faça um exercício mental:

Imagine uma pessoa na sua frente, sendo que ela enxerga um nove e você um seis, e eu te pergunto, e agora quem tem razão? Ambos estão cobertos de razão e vão brigar até a morte para terem razão e sair com um troféu na mão, percebe que a razão depende do ponto de referência? Então você deseja seguir perdendo energia para ser o dono da razão? Ou a se permitir a ver as coisas por outra perspectiva?

E se a razão não existisse o que você escolheria?

Como seria viver em um interessante ponto de vista e perceber que os outros também podem viver um interessante ponto de vista, imagine isso na política, na religião, nos relacionamentos, nas redes sociais!? Imagine quanta contribuição poderíamos dar e receber se não julgássemos tanto?

E se ao invés da discussão abríssemos espaço para perguntas? As perguntas geram possibilidades de enxergarmos as coisas por outros pontos de referência, então quanta contribuição poderíamos ser uns para os outros?

Como seria viver em um interessante ponto de vista? ou viver a sua vida com seus próprios interessantes pontos de vista!? Sem ter que comprar ou vender julgamentos. Isto não quer dizer que você anule seu pensamento ou o pensamento do outro, isso quer dizer que você respeita o interessante ponto de vista do outro e quem sabe possa tirar alguma contribuição daquilo.

Você estaria disposto a abandonar a necessidade de ganhar todas as discussões e ganhar liberdade de não precisar ganhar ou perder?

Interessantes pontos de vistas dão a total permissão de acessarmos possibilidades, isso não quer dizer que alguém precisa estar certo ou errado.

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