Para irmos além na abordagem dos julgamentos, eu queria aprofundar mais um pouco e fazê-los pensar sobre os tipos de julgamentos: os julgamentos por preferência e os julgamentos morais.

Julgamentos por preferência tem por característica serem julgamentos individuais, subjetivos, que significa aquilo que pertence ao sujeito, aquilo que é individual, particular, portanto, isso é julgamento pessoal, isso não significa que as pessoas devam gostar da mesma coisa que você.

Por exemplo, eu posso disser que prefiro Coca-Cola ao invés de Pepsi ou vice e versa, ninguém necessariamente precisa contestar que um seja melhor que o outro, isso porque são julgamentos que definem o que é melhor ou pior na minha visão pessoal de preferencia, e também não exigem maiores justificativas.

Outro exemplo, é quando eu falo que sou vegetariano porque não gosto do gosto da carne, é um julgamento por preferência, pois simplesmente prefiro o gosto de um vegetal do que o de carne.

Já os julgamentos morais fazem parte da prática da moralidade cotidiana, as pessoas avaliam constantemente a conduta alheia. O julgamento moral tem por característica o dever, uma característica social, é sobre julgar o que é certo ou errado não somente em questão preferencial, mas também em questão do que as outras pessoas devem ou não fazer, então podemos assim dizer que é o certo ou errado que vai além de uma preferencia individual, e que atinge também outros seres humanos, existirá então uma tentativa de convencimento, diferente do julgamento por preferência, pois envolve um conjunto de direitos e deveres estipulados pela cultura e pela sociedade.

Por exemplo, quando falo que sou vegetariano porque não concordo com a crueldade da indústria, agora torna-se um julgamento moral, onde eu vou tentar convencer você que comer carne não é certo por causa da conduta por parte da indústria, mas por outro lado, é também o que nos abre espaço para uma discussão de como melhorar este processo.

Ninguém está imune de dar ou receber julgamentos, mas podemos estar mais conscientes em relação a eles.

E se abrirmos espaço para escutar outros interessantes pontos de vistas, será que podemos abrir espaços para construções de melhores ideias e pensamentos, com mais reflexões e menos brigas ou discussões, pois a necessidade de estar certo ou ter razão é o que separa ou divide as pessoas em grupos, superiores ou inferiores, fechando portas para outras contribuições.

Está certo que a sociedade e a lei impõem direitos e deveres aos cidadãos, mas isso só é uma forma de manter uma ordem social, pois se todo mundo fosse fazer o que desse na cabeça, o mundo seria terra de ninguém.

Então cabe aqui olharmos as coisas de uma forma mais integrada e profunda a fim de podermos escolher e tomar decisões mais conscientes e mais responsáveis. Muitas vezes os julgamentos são cruéis, machucam, condenam e invalidam a história de vida de quem está sendo julgado.

Para finalizar, antes mesmo de julgar, proponho um exercício mental:

O que tem de mim tem naquilo que odeio?

Quando você julga alguém, você está definindo a si mesmo.”

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